segunda-feira, 31 de março de 2008

The post-hit collection # 19



Photobucket






1.
Subjugar os dedos
à bebedeira do poema.

2.
Esvaír-me nas arestas
do silêncio.

3.
Andar pelos cantos
da boca
com os olhos em
combustão.

4.
Passar pela vida entre comas.

5.
Usar o punhal
como aforismo.

6.
Ultimar a transladação
para o vazio.

7.
Morrer de improviso






domingo, 30 de março de 2008

sexta-feira, 28 de março de 2008

Testing # 2


Esta pequena amostra é o resultado de algumas experimentações
sonoras que tenho vindo a produzir no pc.
Apesar de já ter o 'esqueleto' de várias músicas preparadas,
há ainda muito a desenvolver e a praticar/experimentar,
uma vez que o processo criativo é muito diferente daquele
a que estou habituado.


Aqui vai:




(para quem não consegue ouvir directamente no player,
fica o link para download)




terça-feira, 25 de março de 2008

Antes que fales, deixa-me dizer-te:




O silêncio pode tomar-me mais que uma vida.





domingo, 23 de março de 2008

The lovers



Barcelona, Dezembro 2007





Três poemas de Alexandre O'Neill



Fala


Fala a sério e fala no gozo
Fá-la pela calada e fala claro
Fala deveras saboroso
Fala barato e fala caro
Fala ao ouvido fala ao coração
Falinhas mansas ou palavrão
Fala à miúda mas fá-la bem
Fala ao teu pai mas ouve a tua mãe
Fala francês fala béu-béu
Fala fininho e fala grosso
Desentulha a garganta levanta o pescoço
Fala como se falar fosse andar
Fala com elegância - muito e devagar.




*



Auto-retrato


O'Neill (Alexandre), moreno português,
cabelo asa de corvo; da angústia da cara,
nariguete que sobrepuja de través
a ferida desdenhosa e não cicatrizada.
Se a visagem de tal sujeito é o que vês
(omita-se o olho triste e a testa iluminada)
o retrato moral também tem os seus quês
(aqui, uma pequena frase censurada...)
No amor? No amor crê (ou não fosse ele O'Neill!)
e tem a veleidade de o saber fazer
(pois amor não há feito) das maneiras mil
que são a semovente estátua do prazer.
Mas sobre a ternura, bebe de mais e ri-se
do que neste soneto sobre si mesmo disse...




*



Que queriam fazer de mim?


Uma palavra ,um gemido obsceno,
Uma noite, sem nenhuma saída,
Um coração que mal pudesse
Defender-se da morte,
Uma vírgula trémula de medo
Num requerimento azul, azul,
Uma noite passada num bordel
Parecido com a vida, resumindo
Brutalmente a vida!

A chave dos sonhos, o segredo
Da felicidade, as mil e uma
Noites de solidão e medo,
A batata cozida do dia a dia,
O muscular fim - de - semana,
As sardinhas dormindo,
Decapitadas, no azeite,
O amor feito e desfeito
Como uma cama
E ao fundo - o mar ...

Mas defendi-me e agora escrevo
Furiosamente, agora escrevo
Para alguém...

Lembras-te, meu amor, dos passeios que demos
Pela cidade? Dos dias que passámos
Nos braços da cidade?
Coleccionámos gente, rostos simples, frases
De nenhum valor para além do mistério
Também simples do nosso amor.
Inventámos destinos, cruzámos vidas
Feitas de compacta vontade,
De dura necessidade, rostos frios
Possuídos por uma ausência atroz,
Corpos extenuados mas sem nenhum sono para dormir,
Olhos já sem angústia, sem esperança sem qualquer
Pobre resto de vida!
Seguimos a alegria das crianças, agressiva
Como o carvão riscando uma parede,
Aprendemos a rir (oh que vergonha!)
Com a gente ordinária e calados
Descemos até ao rio - e ali ficámos
A ver!




Ou a entrada em falso da primavera



A memória de uma amante
não nos aquece os pés.



Another slow show






(check out the groove on those little girls)

Por estes dias...



o porto é oporto




quinta-feira, 20 de março de 2008

The sentinel




Photobucket
Ponte de Lima, Fevereiro 2008



quarta-feira, 19 de março de 2008

quarta-feira, 12 de março de 2008

segunda-feira, 10 de março de 2008

3 poemas de Albano Martins




Asas que fossem, tuas
mãos podiam
tocar a íntima
nervura do silêncio.



*



De ti fiz a harpa e a lira,
a guitarra.

Outra música não sei.



*



A noite é uma página escrita onde há uma vírgula depois de cada
letra, um ponto depois de cada palavra, uma exclamação no fim de cada
frase. Ao fim de cada período está o teu corpo, aberto num parêntese
longo, que explica a súbita eclosão de auroras nocturnas.
No fim de tudo estão os teus olhos, redondos como duas afirmações,
loiros e despenteados.





domingo, 9 de março de 2008

quinta-feira, 6 de março de 2008

A - cross the skies




Barcelona, Dezembro 2007



Barcelona, Dezembro 2007



Ponte da Barca, Fevereiro 2008



terça-feira, 4 de março de 2008

Magic fingers



Ontem, ela tanto carregou na tecla # 9 que ele apareceu!

:)

segunda-feira, 3 de março de 2008

domingo, 2 de março de 2008

For a happy ending, please dial # 9


16 de Fevereiro:

Há já algum tempo que a passagem de Mazgani pela Casa das Artes de Famalicão
estava marcada na minha agenda, e, para que todas as minhas expectativas
quanto ao concerto se confirmassem, bastou apenas o seu início. A maturidade da
composição e a qualidade vocal e interpretativa de Mazgani assentam que nem
uma luva no canal auditivo do coração...
E foi precisamente o coração que, a meio do espectáculo, levou um rombo enorme
quando recebi uma chamada a informar-me que o meu carro tinha sido roubado!
Fuck!!
Foi-se o carro, foi-se o concerto... e ficou este post em stand-by até
hoje, à espera de um final feliz que (ainda) não aconteceu.
(No fundo ainda tenho a esperança que isto seja apenas uma infeliz surpresa dos
amigos para o programa pimp my ride ou o raio, em que vão transformar o meu
belo corsa num mercedes topo de gama. Ou isso, ou está no fundo do Douro a
servir de aquário. Vá lá, pelo menos não levo multas nos próximos tempos.
E poupo um dinheirão em gasolina e seguros ... daqui a pouco digo que isto foi
a melhor coisa que me podia ter acontecido... NOT! )

Adiante.

Ontem voltei ao local do crime para ver um espectáculo de John Vanderslice.
Uma bela surpresa. Culminada com um final no mínimo curioso, em que
músicos e espectadores sairam do grande auditório para o átrio de entrada e a
banda nos brindou com um encore acústico. Ficam as fotos.
(o video que gravei deste encore deixo para um post futuro).


Mazgani


Mazgani




Jonh Vanderslice



John Vanderslice