quarta-feira, 10 de outubro de 2007



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Se o fogo destruir a casa
e apagar a cal que caia a casa
onde irei escrever o teu nome?

E se não escrever o teu nome
como direi a alegria ao mundo?

Ainda que vigie como um sistema de alarme
e encha a minha boca com sirenes
como direi na minha casa em chamas
que és a única luz?

O chão carbonizado é a erosão do meu destino
respeito o luto e não vou abrir caminhos:
mas se tu és também o incêndio
como não rebento na cinza?

E se o fogo destruir o homem que caia a casa
e apagar o coração
como explicarei aos sem abrigo
o teu auxílio?

O relento não pode vergar-me
porque sou mais resistente do que o hissope:
mas se o fogo consome o sopro que me mantém de pé
que chama porei na fronte quando o teu anjo vier?



Daniel Faria
"Homens que são como lugares mal situados"



3 comentários:

Natália Nunes disse...

Sensacional!

Vou até copiar para mim.
:)

eyeshut disse...

o poema é especial, sem dúvida, mas eu estou hipnotizada pela imagem _____________________*

Ana disse...

não conhecia Daniel Faria até conhecer este espaço. tem sido uma descoberta (como dizer? não sei se arranjo as palavras certas)...que me tem acendido o coração... é, acho que é isso :)